domingo, 27 de julho de 2014

ESCUTAR A VIDA



Caríssimas e caríssimos,

Ricardo Brochado propõe-nos repensar as escolhas que vamos fazendo ao longo da vida, enquanto “alimentos para o espírito”. 

Como (e por onde) orientamos as alternativas com que nos deparamos, sabendo que elas não são apenas resultado de constrangimentos alheios? Um pai e um filho descobriram um momento de felicidade, dando-lhe “espaço”… 

Fraternalmente,

grão de mostarda

A vida é muito rápida…
ou a busca de ALTERNATIVAS FELIZES


A vida é muito rápida, vejo-a passar por entre os dedos como grãos de areia.

Todos temos muitas coisas em que pensar, afazeres domésticos e trabalho, que é o que nos põe o pão na mesa, mas não nos podemos esquecer das partes que nos completam – um jantar com os nossos amigos, o convívio com a nossa família, a companhia de um bom livro, tudo isso são alimentos para o espírito.

Conheci um pai e um filho de Hong Kong, clientes, que ao início achei estranhos. Os dois muito calados, o pai a ler o jornal o filho a escrevinhar no telefone, como é uso nos dias de hoje. O que achei estranho foi  ausência da figura materna. Pensei que ela já não existiria e que o senhor estaria em viagem de negócios, e trazia o filho para o compensar da ausência da progenitora.

Frios como só os asiáticos podem ser, deixaram-me um pouco apreensivo.

Chegados ao Gerês, com pouca ou nenhuma convivência ou conversa, levei-os a uma lagoa e aí tudo mudou. Sorriso nos lábios, gargalhadas, carinho um pelo outro, sem telefones ou jornais, negócios ou redes sociais. Só divertimento e empatia.

Fico a pensar que a adição às novas tecnologias só vence pela falta de alternativas. Se dermos a uma criança a oportunidade de ser criança ela será uma; e os adultos também.

A mãe existe. E neste momento deve estar a sorrir com a foto divertida do marido e do filho. Felizes.

Ricardo Brochado



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