quinta-feira, 4 de outubro de 2012

AO ENTARDECER



Jesus mandou setenta e dois, juntos de dois a dois, às povoações e lugares onde ele pensava ir. E disse-lhes: “Não leveis bolsa, sacola e sandálias... Se entrarem numa povoação e vos receberem bem, comei do que vos servirem, curai os doentes e dizei: O Reino de Deus chegou até vós...” (ver Lucas 10, 1-12).

“ (...) é evidente que o cristianismo nasceu, sociologicamente, como um movimento de ‘carismáticos itinerantes’. Isto equivale a dizer que nasceu como um movimento de ‘automarginalizados’. De facto, Jesus foi um carismático. (...) Jesus, tal como os discípulos que escolheu, não tiveram estudos, nem títulos, nem formação prévia, nem pertenceram a nenhuma instituição que lhes desse autoridade ou credibilidade diante a sociedade onde viveram.

Como se explica que aquele movimento de pessoas incultas e sem títulos chegaram a exercer uma influência tão significativa? Jesus e os seus discípulos adoptaram conscientemente uma forma de ‘conduta desviada’. E fizeram-no de acordo com a integridade e coerência que exigia o que anunciavam. Isso constituiu precisamente uma força de mudança de valores. A comunidade de pessoas passou a ser substituição do templo. O templo dos cristãos, no Novo Testamento, é a comunidade de pessoas (ver 1ª carta aos Coríntios 3, 16.17; 6, 19; 2ª carta aos Coríntios 6, 16; carta aos Efésios 2, 21). A comunidade é a casa de Deus (1ª carta a Timóteo 3, 15) (...).” 



Ilustração: Eucaristia, nas catacumbas S. Calixto (Roma), séc. III

AO ENTARDECER… espaço de busca no final do dia, a partir de pequenos comentários do teólogo espanhol José María Castillo sobre as propostas de Jesus – http://blogs.periodistadigital.com/teologia-sin-censura.php. Os extractos dos comentários são retirados do seu livro “La religión de Jesús – Comentarios al evangelio diario”, editado pela Desclée De Brouwer (Bilbao), 2011.
grão de mostarda
 

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