quinta-feira, 12 de julho de 2012

DE QUE MUNDO SOMOS - ENCONTRO


Do encontro De que mundo somos?

AMOR e ESPERANÇA... Por aqui passaram muitas das interrogações e dos apelos expressos no passado dia 7 (sábado), durante o encontro realizado aqui em Forjães, no grão de mostarda.

As cartas De que mundo somos?, de Luísa Alvim e de Valentim Gonçalves (1), que deram razão ao encontro, assumiram o simbolismo parabólico da frase evangélica que assinalou a oração da manhã: “Dai-lhes vós mesmo de comer”.

Num quotidiano das incertezas, onde buscar luz e ânimo para que seja possível empreendermos/continuarmos uma caminhada de confiança na vida? Partilharam-se experiências nascidas desta interrogação...
No final da oração da manhã, Luísa Alvim e Valentim Gonçalves entreabriram janelas para o diálogo da tarde, depois do almoço: “Preciso de ti...”. Mais do que somente partilha de bens ou assistencialismo, o nosso “dai-lhes de comer” passa pela entrega de nós mesmos, mas também por um desafio de confiança aos que “têm fome”. E aqui fez-se memória da decisão do Abbé Pierre que, ao pedido de ajuda do ex-recluso para recomeçar a vida, respondeu-lhe com um desafio: “ajuda-me, tu, a recuperar outros homens...”.

Da manhã – depois de um tempo de silêncio, para escutar a Natureza e abrir-lhe os corações –, ainda retemos os cânticos da oração comunitária, sustentados pelas vozes da Marta e do Paulo.

Do diálogo feito entre todos, depois do almoço saboreado em afável convívio, e iniciado entre a Luísa e o Valentim, surgiu um desafio: os tempos são de uma Humanidade mais fraterna... Uma visão mais esperançosa e confiante na vida. Como tornar possível no quotidiano, nos espaços em que cada uma e cada um actuam? Só o AMOR permitirá mudanças... Sem o AMOR permaneceremos nas teias de todas as ganâncias, de todos os enganos, de todos os jogos de poder... E o AMOR tem futuro?

Então assomaram as nossas memórias, de momentos já experimentados... E os corações falaram, deram voz ao exercício da ESPERANÇA já concretizada, tornada acontecimento. Por vezes, através de quotidianos ainda recentes, de ontem. Mas eram acontecimentos... E escutaram-se as VIDAS construídas na solidariedade fraterna.
Também a vida de Jesus foi ACONTECIMENTO: refeições, curas, conversas, encontros pessoais – afirmando assim a “esperança actuante”, aquela que torna possível uma Humanidade mais humana e que no diálogo apareceu como a proposta amável para a mudança de paradigma...
Cada uma e cada um saberá, agora, refazer caminhos, para tornar possível TUDO ISTO: “Dai-lhes vós mesmos de comer”.

De que mundo somos? A interrogação, no final do diálogo com a Luísa e o Valentim  recuperou-nos as palavras proféticas de Martin Luther King, nas quais AMOR e ESPERANÇA se fundem: “Eu tenho um sonho. E ainda que nos vejamos confrontados com as dificuldades de hoje e de amanhã, eu continuo a ter um sonho...”.

Permanecemos unidas/os no sonho, abrindo  janelas de esperança.
Com estima fraterna,
grão de mostarda

(1) Escritas entre Junho 2011 e Junho deste ano e publicadas no Facebook do grão de mostarda. Quem desejar o caderno com a compilação das cartas, solicitar para graodemostarda@sapo.pt com indicação de morada.

grão de mostarda

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