sábado, 21 de novembro de 2015

ESCUTAR A VIDA



Caríssimas e caríssimos,



ilustrada, no final da sua reflexão, por um belo instante de escuta da vida, Ricardo Brochado conduz-nos pelo mais sublime que deveria fundamentar as opções religiosas: “Todas estas diferenças "filosóficas" que defendem conceitos morais semelhantes, não deveriam ser razão para guerras e perseguições mas sim factores de aproximação.”



Com estima fraterna,
grão de mostarda


ENTRE A GUERRA QUE DIVIDE
E O JOGO QUE UNE…






NOVEMBRO passa a ser mais um mês negro na história recente da Humanidade com as atitudes "medievais" do auto proclamado Estado Islâmico (EI). Inocentes pereceram quando estavam a fazer coisas que fazem parte da nossa normalidade ocidental, normalidade essa que os países onde o EI está instalado não possuem há muitos anos. O que temos como garantido, como ir ao restaurante, ir ver um jogo de futebol, ou assistir a um concerto, é irreal para a maior parte da população das áreas afectadas no Berço da Humanidade - o Crescente Fértil.

Lá, todos os dias, inocentes são executados pelo fanatismo, cego pela religião e cego às religiões. Muitos muçulmanos são executados, só por não comungarem dos mesmos ideais do EI; e não é por partilhar os mesmos ideais básicos que se salvam.

Em 1496, o rei português D. Manuel resolveu ditar a expulsão dos Judeus de Portugal, dando início à maior perseguição religiosa que o país sofreu. Os números não são claros mas muitos pereceram e, durante séculos foram perseguidos. A diferença de religiões provocou um atraso significativo em Portugal devido à fuga de cérebros para outros países.

Todas estas diferenças "filosóficas" que defendem conceitos morais semelhantes, não deveriam ser razão para guerras e perseguições mas sim factores de aproximação. Todas as religiões defendem a Paz, o Amor e o Respeito pelo semelhante como linhas condutoras. O Homem deturpa…

NO MERCADO DO BOLHÃO, no Porto, há numa das bancas um cesto com objectos que são familiares a dois povos, a dois momentos religiosos de duas correntes diferentes. 

No Norte de Portugal, um desses objectos chama-se piúrra e serve para  jogo do Rapa, que se pratica, no Minho, na Noite de Natal. As crianças juntam-se aos adultos e jogam com pinhões… E quando pergunto aos meus clientes Judeus se conhecem o objecto, imediatamente me dizem que se chama Dreidel e que se joga na noite do Chanukah, mais ou menos na mesma data que a festa cristã. As regras são as mesmas, e joga-se com feijões.





Ricardo Brochado




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