sábado, 21 de junho de 2014

ESCUTAR A VIDA



Caríssimas e caríssimos,

André Louf (1929-2010) afirmava que “nada revela melhor um ser que a sua capacidade de amar” (*). As palavras daquele monge cisterciense ressoaram-nos ao “escutar” Paula Guerreiro nesta semana: “A natureza humana está imersa num verdadeiro mistério de amor.”

A reflexão ESCUTAR A VIDA de Paula Guerreiro  (ver ANEXO) surge-nos como uma “crónica”; uma crónica que, pelo acontecimento, nos conduz ao cerne do coração, enquanto “local de encontro” do que nos é mais próprio, porque vital: o AMOR.

Fraternalmente,

grão de mostarda

(*) “Ao ritmo do ABSOLUTO”, Editorial A. O. (Braga), 1999




Crónica de um mistério de AMOR…



A natureza humana está imersa num verdadeiro mistério de amor. Sinto esta verdade com tanta força que quase consigo tocá-la.

Há pessoas que considero um luxo fazerem parte da minha vida. A sua presença enche-a de sentido, enaltece-a, e faz suscitar o que de melhor existe em mim, em nós. 

Deitar-se-á a perder o maior Amor se não se der atenção aos pequenos pormenores que lhe estão na base. Muitas vezes são pequeninas coisas do quotidiano que enriquecem as relações.                                                                                                                                         
Há dias escutei uma voz cheia de ternura e que de um jeito agradecido dizia: “Não há ninguém que me trate assim!” Confesso que naquela circunstância e naquele momento a surpresa invadiu-me.  Deixei passar, não aflorei…

Mais tarde ao recordar esta expressão, compreendi que quando um coração é humilde e cheio de bondade, como reconheço ser o deste ser humano, a sua sensibilidade fá-lo experimentar a beleza da entrega nos gestos simples cheios de autenticidade, verdade e sem qualquer pretensão. 

Como pode um coração não se enternecer, ou não se encher de compaixão ao sentir que dá tão pouco e simultaneamente ser tão reconhecido? Doce evangelho é esta pessoa, que nos faz sentir o privilégio da fecundidade e da graça. “O bem tende sempre a comunicar-se. Toda a experiência autêntica de verdade e de beleza procura, por si mesma, a sua expansão. E uma vez comunicado o bem radica-se e desenvolve-se” (1).

(1) da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (A alegria do Evangelho), do Papa Francisco

Paula Guerreiro

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