domingo, 21 de junho de 2015

ESCUTAR A VIDA



Caríssimas e caríssimos,

sobre a arte da convivência é a reflexão por onde nos conduz o ESCUTAR A VIDA desta semana. Paula Guerreiro escreve a partir da “relação de amor” no quotidiano da vida em comum, da vida daquelas e daqueles de nós que encontram na pessoa que amam o “espaço” de felicidade… 

Fraternalmente,

grão de mostarda


UM “ESPAÇO” DE FELICIDADE…


O matrimónio, o casal ou a vida em comum, será certamente uma das aventuras mais audazes da vida. Implica a presença de uma certa sabedoria para ajudar a fortalecer e a edificar a relação conjugal na arte da convivência diária, sem esquecer a presença de “pequenos pormenores” que estão na base de uma relação de amor e que fazem parte da vida quotidiana do casal. 

Ao ler o livro “Remédios para o desamor” de Enrique Rojas  que aborda a temática do relacionamento conjugal, desde o enamoramento ao drama da convivência ou às crises conjugais, gostaria de partilhar um pequeno texto, um excerto do seu livro, revelando-nos que quando damos o melhor de nós mesmos, o coração enche-nos por dentro e transborda por todo o nosso SER, irradiamos felicidade e fazemos o outro feliz.

“Quando o próprio se dá experimenta a sua força, a sua riqueza, a sua vitalidade. Comprovo que sou capaz de vencer o meu egoísmo natural e desbordo-me; transborda-me a vida que sai e se entrega. Dar significa também ter, possuir uma certa riqueza interior. Aquele que não dá pode não ter nada dentro para oferecer, para entregar, não me refiro somente à riqueza material, mas especialmente a “outra”. É incapaz de dar quem não tem nada dentro ou quem se agarra ao que possui apenas para si próprio. E é notável, já que o homem não é feliz quando apenas se recria a si próprio. A felicidade vive-se sempre ao partilhar, ao participar, e o melhor que alguém pode partilhar com outra pessoa é o mais íntimo, o que está mais dentro, a sua interioridade. Dar o melhor de nós próprios enriquece-nos: há aqui outro paradoxo, porque dar implica uma íntima satisfação, um gozo extraordinário, enquanto elevamos de plano a pessoa que temos em frente e lhe oferecemos o melhor que levamos dentro. Vem assim, a essa relação recíproca, a confiança, o companheirismo, a amizade, a sinceridade, a claridade, a franqueza e a espontaneidade. De tudo anteriormente dito se depreende que a capacidade de se amar é a capacidade de se dar.”


Paula Guerreiro

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