Caríssimas e caríssimos,
Ricardo Brochado
propõe-nos repensar as escolhas que vamos fazendo ao longo da vida, enquanto
“alimentos para o espírito”.
Como (e por onde) orientamos
as alternativas com que nos deparamos, sabendo que elas não são apenas
resultado de constrangimentos alheios? Um pai e um filho descobriram um momento
de felicidade, dando-lhe “espaço”…
Fraternalmente,
grão de mostarda
A vida é muito rápida…
ou a busca de ALTERNATIVAS FELIZES
A vida é muito rápida, vejo-a passar por
entre os dedos como grãos de areia.
Todos temos muitas coisas em que pensar,
afazeres domésticos e trabalho, que é o que nos põe o pão na mesa, mas não nos
podemos esquecer das partes que nos completam – um jantar com os nossos amigos,
o convívio com a nossa família, a companhia de um bom livro, tudo isso são
alimentos para o espírito.
Conheci um pai e um filho de Hong Kong,
clientes, que ao início achei estranhos. Os dois muito calados, o pai a ler o
jornal o filho a escrevinhar no telefone, como é uso nos dias de hoje. O que
achei estranho foi ausência da figura materna. Pensei que ela já não
existiria e que o senhor estaria em viagem de negócios, e trazia o filho para o
compensar da ausência da progenitora.
Frios como só os asiáticos podem ser,
deixaram-me um pouco apreensivo.
Chegados ao
Gerês, com pouca ou nenhuma convivência ou conversa, levei-os a uma lagoa e aí
tudo mudou. Sorriso nos lábios, gargalhadas, carinho um pelo outro, sem
telefones ou jornais, negócios ou redes sociais. Só divertimento e empatia.
Fico a pensar que a adição às novas
tecnologias só vence pela falta de alternativas. Se dermos a uma criança a
oportunidade de ser criança ela será uma; e os adultos também.
A mãe existe. E neste momento deve estar a
sorrir com a foto divertida do marido e do filho. Felizes.
Ricardo
Brochado