A busca de caminhos de PAZ
nos conduzirá ao fogo do Amor…
Ele é a nossa eternidade
Será possível a
Humanidade encontrar um “tempo de paz”, se cada uma e cada um de nós não
vivermos pacificados interiormente?
O momento
presente afigura-se incapaz de fomentar a confiança e a bondade de coração do
ser humano. O temor, o individualismo e a ambição dominam, a nível mundial, as
relações humanas e as estruturas políticas, sociais e empresariais… Vivemos um
tempo que parece contrário a uma reconciliação interior.
No século IV,
Ambrósio, o bispo de Milão que optou por uma vida de defesa dos mais os pobres,
já recordava à sua comunidade o caminho a descobrir: «Começai em vós a obra da
paz, de forma a que, quando vós próprios estiverdes pacificados, possais levar
a paz aos outros.»
A busca da paz
interior convoca-nos a um olhar profundo de nós mesmos, de todas as nossas
fragilidades… Experimentada na fidelidade, esta busca sempre nos remeterá ao
“Absoluto Invisível” que nos habita, sejam quais forem os caminhos que cada uma
e cada um decida calcorrear. A inquietude que nos conduziu provoca em nós uma
atenção e abertura… Ou seja, a uma interpelação que nos fará orientará o olhar
interior para o exterior, para a vida que acontece e da qual somos também
acontecimento.
O monge
cisterciense Carlos Maria Antunes recorda-nos: “Ao dizer atenção, dizemos de
uma faculdade interior, a que poderíamos chamar o olhar do coração. (…) Quando
vivemos a partir do coração surge a novidade, porque a atenção própria do
coração remete-nos constantemente para o presente. E este é sempre novo, porque
é um fluir constante” (1).
A partir do
encontro com o nosso coração jamais nos será possível ficar imobilizados,
passivos diante da realidade. Como salienta o irmão Roger de Taizé, passamos a
viver conscientes “de que o que pode paralisar o ser humano é o cepticismo ou o
desânimo” (2). O olhar a partir do coração leva inevitavelmente à bondade,
tornando-nos “artesãos de paz, mulheres e homens de compaixão” (3).
O nosso caminho
de busca ganha, assim, sentido, porque humanizado nas nossas decisões… E a escassez de atitudes humanizadoras será ultrapassada com uma
amabilidade comprometida, com decisões e atitudes
de “fidelidade à terra”, utilizando as palavras de Andrés Torres Queiruga. Ou
seja, uma fidelidade experimentada a partir dos nossos corações convictos de
que “o presente é (o lugar) de onde se inicia a libertação, da qual o futuro
será fruto” (4).
grão
de mostarda
(1) “Só o Pobre
se faz Pão”, Paulinas, 2013.
(2) “Viver para
amar – Palavras escolhidas”, Paulinas, 2010.
(3) Da reflexão
do irmão Aloïs, prior da Comunidade de Taizé, na oração da noite de 14 Julho de
2011, em Taizé.
(4) Andrés Torres Queiruga, “Esperanza a pesar del mal – La resurrección
como horizonte”, Sal Terrae, (Espanha), 2005.
Sem comentários:
Enviar um comentário