Jesus,
voltando-se para multidão que o acompanhava, disse: “Se algum desejar vir
comigo e não rejeita o seu pai e a sua mãe, a sua mulher e os seus filhos e as
suas irmãs e os seus irmãos, e inclusivamente não se renega a si mesmo, não
pode ser meu discípulo. Quem não levar a sua cruz depois de mim, não pode ser
meu discípulo… O que não renuncia aos seus bens, não pode ser meu discípulo”
(ver Lucas 14, 25-33).
“ (…) Jesus sabia que ia em
direcção ao enfrentamento final que o levaria à cruz. Sabia-o, não porque
tivesse ciência divina (coisa que não consta em parte alguma, nem alguém sabe o
que seja), mas sim porque tinha sensatez humana, com a qual havia aprendido que
aqueles que enfrentavam aquele sistema político-religioso, como ele o vinha
fazendo, terminavam pendurados numa cruz.
Jesus tomou esta decisão e
percorreu este caminho porque se deu conta de apenas os que atingem esta
radicalidade são os que mantêm o ideal e a esperança de que este mundo poderia
ser diferente: um mundo com menos egoísmo e ambições e com mais humanidade e
pessoas mais honradas. Um exemplo: desde há um século, aqueles que conseguiram
que este mundo seja mais suportável não foram os que organizaram e ganharam as
guerras; nem os que acumularam imenso capital, e menos ainda os que mataram
todos os seus inimigos. Os que fizeram algo por este mundo, algo que ficou como
memória de esperança, foram os que tomaram decisões que os conduziram à morte:
Gandhi, Martin L. King, Óscar Romero, Maximiliano Kolbe e tantos outros, cujos
nomes ninguém conhece.
Jesus diz que para chegar a aqui
há que superar e passar por cima de todos os laços humanos que nos condicionam
a liberdade e nos incapacitam para superar o medo (…).”
grão
de mostarda
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