sábado, 17 de dezembro de 2011

SINAIS DE ESPERANÇA

A solidariedade humana “precisa de ser constantemente renovada, rejuvenescida através de novas expressões”, escreve o irmão Aloïs, prior da comunidade ecuménica de Taizé, na Carta que será divulgada na íntegra dia 26 de Dezembro, por ocasião do Encontro Europeu que neste ano irá decorrer em Berlim (Alemanha).

Rumo a uma nova solidariedade
A reflexão do irmão Aloïs, fazendo eco da actual situação da economia mundial, o crescimento das desigualdades e as mudanças nos equilíbrios geopolíticos, sublinha a necessidade de se escutar a “indignação” dos jovens, lançando um apelo para que sejam dados novos passos “para uma nova solidariedade”: “Perante a pobreza e a injustiça, algumas pessoas revoltam-se ou sentem mesmo a tentação da violência cega. A violência não pode ser uma forma de mudar as sociedades. Contudo, precisamos de escutar os jovens que expressam a sua indignação para tentar compreender as suas motivações essenciais. O impulso para uma nova solidariedade alimenta-se de convicções enraizadas: a necessidade da partilha é uma delas. É um imperativo que pode unir os crentes de diferentes religiões e também os crentes e os não crentes”.

Mas nenhuma alteração social será possível sem a confiança, anota o irmão Aloïs: “Para criar novas formas de solidariedade, não terá chegado a hora de desobstruir ainda mais as fontes da confiança? (...) A confiança não é uma ingenuidade cega nem é uma palavra fácil, mas provém de uma escolha e é fruto de um combate interior”.

Este apelo à confiança não se faz a partir de uma convicção sem sentido, ele nasce da fé que promove gestos de humanidade: “Quanto mais cresce a confiança em Deus mais o coração se alarga a tudo o que é humano, em todo o mundo, em todas as culturas, acolhendo também as ciências e as técnicas que permitem aliviar o sofrimento e desenvolver as sociedades. (…) Cristo instaurou uma nova solidariedade entre todas as pessoas. A fragmentação da humanidade em grupos opostos já foi ultrapassada em Cristo; nele todos constituem uma só família”.


E se a decisão de se abrirem “caminhos de confiança” exige “provações” que muitas vezes parecem que “nos submergem”, o certo é que o que pode gerar uma Terra mais habitável não são já os paradigmas que provocaram e continuar a gerar situações de graves injustiças e de falta de transparência na gestão da vida pública. O único modelo que poderá possibilitar um novo rumo à humanidade é o Amor: “Na nossa procura para criar novas formas de solidariedade e para abrir caminhos de confiança, há e haverá provações. Em certos momentos, poderá parecer-nos que estas provações nos submergem. Que fazer então? A nossa resposta às provações pessoais e às que pesam sobre outras pessoas não será amar sempre mais?”.

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Pedimos desculpa por não ter sido possível enviar a reflexão "Escutar a vida", esta semana escrita por Paulo França nem a carta "De que mundo somos?", escrita pelo pe. Valentim Gonçalves. Ambas serão colocadas em "rede" até segunda-feira.

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