Caríssimas e caríssimos,
que há de mais importante na nossa vida, que privilegiamos? Na
reflexão desta semana de “Escutar a vida”, Emília Pinto responde, quase de
forma imprevista, como acolher cada momento, cada tempo da nossa existência: no
dia do seu aniversário ela decidiu celebrar a vida… (ver ANEXO)
Fraternalmente,
grão de mostarda
Celebrar a Vida
Quando em nós há Vida, encontramos todos os
dias motivos para celebrar, basta sentir que estamos vivos… contemplar a
natureza, sentir a beleza da Criação…
Há datas em que fazemos memória de acontecimentos
importantes e, por isso, são mais um pretexto para celebrar. A data do nosso
aniversário destaca-se pela diferença de como é lembrado e festejado de um
jeito especial.
Adoro celebrar o meu aniversário!
Adoro sentir-me rodeada de gente bonita,
cheia de Vida! É deste jeito que gosto de o celebrar junto dos que amo e dos
que me amam.
Gosto das surpresas que os amigos ou
familiares me dão, dos gestos/mimos, mensagens de carinho, dos abraços, até do
Silêncio daquele olhar cúmplice que não fala e diz TANTO! Quem é que não gosta
de ser mimado?!
Desta vez preparei uma festa em minha casa
para mais de 30 pessoas! Claro que muitos mais Nomes palpitavam no meu coração
com a vontade de os ter todos presentes mas… na reciprocidade da comunhão
fraterna, tornamo-nos UM e isso faz-nos presentes e próximos em sintonia.
Foi um Dia Grande, marcado por experiências
novas e únicas!
Entre amigos já habituados a frequentar a
minha casa, outros pela primeira vez, uns já se conhecerem, outros só de nome e
outros que se ficaram a conhecer… Uns quantos cegos, outros de baixa visão,
outros… enfim, foi surpreendente a facilidade de integração entre si.
Na questão logística preparei tudo com muito
carinho e estava tudo organizado, mas há sempre coisas que implicam ser feitas
na hora dos convidados chegar e, a minha preocupação, para além de que tudo
saísse bom, era não ser capaz de lhes dar a devida atenção. Como já referi,
muitos encontravam-se pela primeira vez, o que implicava apresentações, etc. e
tal. E havia ainda pessoas cegas que não conheciam os cantos da minha casa, por
isso tive, sim, uma preocupação acrescida porque queria mesmo que eles se
sentissem confortáveis.
A minha preocupação logo se tornou em
tranquilidade porque visualizei a disponibilidade de cada um no sentido de se
darem a conhecer, de se entregarem ao serviço como quem acolhe um irmão na sua
própria casa. Foi muito bonito ver o cuidado espontâneo e natural de quem vê
para quem não vê…
“Adorei a festa pela alegria do acolhimento,
pela boa disposição.” “Parece que já nos conhecemos há tanto tempo…” “És uma
sortuda! Tens uns amigos fantásticos, que nos trataram de igual para igual sem
preconceitos… sentimo-nos em casa.” “Vê-se que és feliz…” Estes foram alguns
entre outros ecos colhidos durante e depois da festa – pequenos-grandes sinais
que se tornaram reveladores para cada um em muitos sentidos.
O importante é estarmos em harmonia,
independentemente de sermos cegos, coxos, mudos… como um campo de flores que só
é bonito porque tem todas as cores do arco-íris.
Emília Pinto
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