Caríssimas e caríssimos,
a reflexão que Paula
Guerreiro nos oferece hoje constitui como que o “ponto final” dos PENSAMENTOS
EM BUSCA desta semana – a única abundância da bondade de coração é amar.
E quando não nos amamos, não podemos amar alguém nem permitiremos deixarmo-nos
amar…
Fraternalmente,
grão de mostarda
QUANDO NÃO NOS DEIXAMOS TOCAR
É uma faculdade do Ser Humano, um dom, podermos exprimir o
nosso amor através do contacto, do toque, e esta nossa capacidade é tão
pouco valorizada. Por vezes até menosprezada.
O quanto nós podemos dar, sobretudo às crianças, aos idosos,
aos doentes, através desta nossa capacidade! Descobri um excerto no livro “A
Mística do Instante”, de José Tolentino de Mendonça que aborda este tema.
Espero que gostem.
Paula Guerreiro
“Às vezes, quando não permitimos que nada nem ninguém nos
toque, a nossa dificuldade é connosco mesmos. O problema de fundo é não nos
conseguirmos amar, não gostamos de nós, da nossa cara, do nosso corpo, da nossa
idade, da nossa cultura, do que temos ou não temos, do que sabemos ou não. Não
gostamos, não amamos. E somos infelizes. E acontece-nos disfarçar essa lacuna
num orgulho ou numa autossuficiência que apenas escondem (e escondem mal) a
nossa fragilidade profunda. Aprender a amar-se a si mesmo, isto é tarefa para
uma vida inteira. É uma coisa que nunca está acabada. Estamos sempre a
descobrir o que significa.
Quando nos
amamos a nós próprios, sabemos também amar os outros. Multiplicamo-nos em
atenções e serviços, e nem sempre isso é amor. Damos até muitas coisas, mas não
somos capazes de nos darmos. Não raro, o que julgamos ser amor é uma forma de
poder sobre os outros, tê-los na mão, controlar, manipular, obter admiração. O
verdadeiro amor é entregar o nosso amor aos outros sem estarmos preocupados com
aquilo que os outros vão fazer dele.”
“A MÍSTICA DO INSTANTE – O
tempo e a promessa”, Paulinas, 2014
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