sábado, 19 de dezembro de 2015

ESCUTAR A VIDA



Caríssimas e caríssimos,

Paula Guerreiro já nos familiarizou com o seu jeito amável e singelo das reflexões ESCUTAR A VIDA… Nesta semana, a propósito da sua experiência pessoal numa acção de solidariedade, conduz-nos a um dos mais simbólicos “gestos” que começam a escassear: a verbalização da palavra “Obrigado”.

Não se trata simplesmente de um falar de cortesia social. Paula Guerreiro recorda palavras de Francisco, o bispo de Roma, que salientam que “a dignidade da pessoa e a justiça social passam ambas por aqui”, pela aprendizagem, no coração, da gratidão…

Fraternalmente,
grão de mostarda


OBRIGADO


RECENTEMENTE tive oportunidade de participar numa ação de solidariedade proposta por um grupo, na empresa onde exerço a minha atividade profissional. Como a iniciativa era louvável, convidei alguns elementos da minha equipa de trabalho a participar nela. Terminada a tarefa e porque o sentimento geral era de satisfação, tomamos a liberdade de agradecer o convite que nos deu a oportunidade de participarmos nesta ação. Um gesto muito simples, tal como é simples a verbalização desta palavra “Obrigado”. 

Surpreendida fiquei ao tomar conhecimento da surpresa que gerou esta nossa atitude, não de participarmos na ação, uma vez que esta teve uma vasta adesão, mas na admiração e no bem-haja que essa equipa da ação solidária manifestou ao tomar conhecimento do nosso gesto de gratidão, um único “Obrigado”! Uma palavra simples mas cheia de significado que faz bem a quem diz e a quem a escuta.

ESTE ACONTECIMENTO RECORDOU-ME as palavras do Papa Francisco há uns tempos atrás, sobre a importância de verbalizar a palavra  “Obrigado”, que deve começar no ambiente familiar. 

“A gentileza e a capacidade de agradecer são vistas como um sinal de debilidade, e às vezes até chegam a suscitar desconfiança. Esta tendência deve ser evitada no próprio coração da família. Devemos tornar-nos intransigentes sobre a educação para a gratidão e o reconhecimento: a dignidade da pessoa e a justiça social passam ambas por aqui. Se a vida familiar ignorar este estilo, também a vida social o perderá. Certa vez ouvi uma pessoa idosa, muito sábia, boa e simples, mas dotada da sabedoria da piedade e da vida, que dizia: ‘A gratidão é uma planta que só cresce na terra de almas nobres’. Esta nobreza de alma, esta graça de Deus na alma impele-nos a dizer obrigado à gratidão. É a flor de uma alma nobre. E isto é bonito!” – Papa Francisco.

Paula Guerreiro 


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