Caríssimas e caríssimos,
Paula Guerreiro já nos
familiarizou com o seu jeito amável e singelo das reflexões ESCUTAR A VIDA…
Nesta semana, a propósito da sua experiência pessoal numa acção de
solidariedade, conduz-nos a um dos mais simbólicos “gestos” que começam a
escassear: a verbalização da palavra “Obrigado”.
Não se trata
simplesmente de um falar de cortesia social. Paula Guerreiro recorda palavras
de Francisco, o bispo de Roma, que salientam que “a dignidade da pessoa e a
justiça social passam ambas por aqui”, pela aprendizagem, no coração, da
gratidão…
Fraternalmente,
grão de mostarda
OBRIGADO
RECENTEMENTE tive
oportunidade de participar numa ação de solidariedade proposta por um grupo, na
empresa onde exerço a minha atividade profissional. Como a iniciativa era
louvável, convidei alguns elementos da minha equipa de trabalho a participar
nela. Terminada a tarefa e porque o sentimento geral era de satisfação, tomamos
a liberdade de agradecer o convite que nos deu a oportunidade de participarmos
nesta ação. Um gesto muito simples, tal como é simples a verbalização desta
palavra “Obrigado”.
Surpreendida fiquei ao tomar conhecimento da
surpresa que gerou esta nossa atitude, não de participarmos na ação, uma vez
que esta teve uma vasta adesão, mas na admiração e no bem-haja
que essa equipa da ação solidária manifestou ao tomar conhecimento do nosso
gesto de gratidão, um único “Obrigado”! Uma palavra simples mas cheia de
significado que faz bem a quem diz e a quem a escuta.
ESTE ACONTECIMENTO RECORDOU-ME as palavras do
Papa Francisco há uns tempos atrás, sobre a importância de verbalizar a palavra
“Obrigado”, que deve começar no ambiente familiar.
“A gentileza e a capacidade de agradecer são
vistas como um sinal de debilidade, e às vezes até chegam a suscitar
desconfiança. Esta tendência deve ser evitada no próprio coração da família.
Devemos tornar-nos intransigentes sobre a educação para a gratidão e o
reconhecimento: a dignidade da pessoa e a justiça social passam ambas por aqui.
Se a vida familiar ignorar este estilo, também a vida social o perderá. Certa
vez ouvi uma pessoa idosa, muito sábia, boa e simples, mas dotada da sabedoria
da piedade e da vida, que dizia: ‘A gratidão é uma planta que só cresce na
terra de almas nobres’. Esta nobreza de alma, esta graça de Deus na alma
impele-nos a dizer obrigado à gratidão. É a flor de uma alma nobre. E isto é
bonito!” – Papa Francisco.
Paula Guerreiro
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