Caríssimas e
caríssimos,
Nesta semana escutamos a vida a
partir de um “emprestar de olhos”: os olhos do coração e os da
visão… (ver ANEXO)
A partir da reflexão de Emília
Pinto, interrogamo-nos sobre as nossas decisões que, no quotidiano, nos impedem
de emprestar o nosso olhar a quem deseja VER... A quem deseja VER um sopro de
confiança no seu ESCUTAR A VIDA.
Com estima fraterna,
grão
de mostarda
Olhos emprestados
“Eu empresto-lhe os meus olhos e ele
empresta-me os braços”. Ouvi esta expressão de uma minha amiga que tem o marido
cego, depois de eu lhe ter perguntado se o marido gostou da noite de poesia da
qual tínhamos desfrutado juntos (*). Nessa noite, a acompanhar a recitação dos
textos, havia uma dinâmica a propósito do tema que o enriquecia ainda mais!
Dava para sentir o empenho e o trabalho de quem preparou com muito carinho.
Mas…
Nem todos podem ver o fruto destas coisas com
os seus próprios olhos a não ser que lhos emprestem. Eu explico: a minha amiga
tem sempre o cuidado de transmitir por audiodescrição tudo o que se vai
passando nestes e noutros contextos e assim, o marido vai imaginando e
acompanhando tudo ao seu jeito deliciando-se da mesma maneira que os outros.
São estes olhos que lhes são emprestados e foram estes olhos que o fizeram
regressar a casa feliz, contente e com vontade de voltar.
Graças a Deus vamos tendo estes exemplos que
nos podem ajudar a estar mais atentos, despertos em gestos simples e essenciais
para o outro.
Gestos que podem evitar a ansiedade e até um
certo desconforto de quem é cego ou amblíope. Coisas com as quais muitas vezes
não estamos sensibilizados por desconhecer a verdadeira realidade dos
obstáculos que criamos sem saber. Surpresas desagradáveis como, por exemplo,
mudar o cenário a um espaço (que porventura já é bem conhecido por essas
pessoas) e apagarem as luzes antes de lhes darem a oportunidade de o explorar
antes. Claro que a questão da luz é indiferente para os cegos, mas para quem
ainda vê alguma coisa faz toda a diferença.
Isto são apenas alguns exemplos de pequenos
porMENORES que se tornam porMAIORES
na vida destas pessoas.
Obrigada amiga por me proporcionares esta
reflexão para esta semana no “Escutar a vida”. Vamos assim caminhando de mãos
dadas e aprendendo a usar melhor os “óculos do amor”.
Emília Pinto
(*)
“Estéticas da Fé - Poesias do Pão” promovida pelo Centro de Espiritualidade
Redentorista, no passado dia 23 de Fevereiro.
Ver: http://ceredentorista.blogspot.pt/2012/07/poesias-do-pao.html
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