Caríssimas e caríssimos,
ao reflectir sobre
a urgência de nos libertarmos da nossa “paisagem interior vazia”, Paula
Guerreiro recupera-nos o pensamento de um humanista espanhol, Enrique Rojas.
No seu livro “O Homem Light – Uma vida
sem valores”, Enrique Rojas propõe: “A felicidade consiste em encontrar um
programa de vida que nos encha o suficiente… [e] quando sabemos que meta
desejamos, o caminho se inicia.”
Quando tantos
sinais nos afirmam um tempo onde os caminhos parecem ser indiferentes, sem
pontos de referência, Paula Guerreiro apela à lucidez de irmos “ao encontro da
verdade e do amor autêntico”.
Fraternalmente,
grão de mostarda
EM BUSCA DO
CAMINHO…
Na vida há que encontrar exemplos de pessoas
que são, para nós, pontos de referência – dizia um colega a propósito de uma
notícia que tinha passado nos meios de comunicação social e que se traduz no
reflexo de uma sociedade que anda desorientada.
Precisamos de pontos de referência, voltar a
reler os valores, apreende-los, consolidá-los e abolir da sociedade a presença
do chamado “Homem light” que se caracteriza por um sujeito sem conteúdo e
essência, revestido de uma paisagem interior vazia, sem valores nem pontos de
referência e que se entrega ao prazer ilimitado sem restrições. O «Homem light»
(*) dá título a um livro brilhante de um escritor atento, médico e humanista,
que de modo tão profundo e amável nos revela: precisamos de pontos de
referência para não navegar sem bússola e ficar à deriva sem saber a que
ater-nos…
“Do
Homem mais exemplar ao mais degradado vai uma enorme distância, porém os dois
pertencem à espécie humana”, escreve Enrique Rojas.
Se cada um de nós é capaz do melhor porquê
optar pelo pior? É tempo de nos pormos a jeito e retificar o rumo. Ir ao
encontro da verdade e do amor autêntico. Libertar-nos do vazio interior e
preencher a nossa alma de vida com conteúdo. Acredito que a espiritualidade e a
transcendência ajudam a humanizar-nos. O Cristianismo propõe-nos a pessoa de
Jesus Cristo como um ponto de referência capaz de iluminar e dar sentido à vida
humana. Acredito que o Cristianismo não é a única maneira de se ser feliz, mas
é um caminho.
E quando soubermos reconhecer um amor que se
desvela, que se vai manifestando por palavras, gestos, silêncios, que revelam o
significado autêntico da relação em que se tem fé, compreenderemos a
importância da necessidade de termos pontos de referência na nossa vida.
Paula Guerreiro
(*) “O Homem Light - Uma vida sem valores”, Gráfica de Coimbra
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