domingo, 2 de novembro de 2014

ESCUTAR A VIDA



Caríssimas e caríssimos,

ao reflectir  sobre a urgência de nos libertarmos da nossa “paisagem interior vazia”, Paula Guerreiro recupera-nos o pensamento de um humanista espanhol, Enrique Rojas.

No seu livro O Homem Light – Uma vida sem valores”, Enrique Rojas propõe: “A felicidade consiste em encontrar um programa de vida que nos encha o suficiente… [e] quando sabemos que meta desejamos, o caminho se inicia.”
Quando tantos sinais nos afirmam um tempo onde os caminhos parecem ser indiferentes, sem pontos de referência, Paula Guerreiro apela à lucidez de irmos “ao encontro da verdade e do amor autêntico”.

Fraternalmente,

grão de mostarda


EM BUSCA DO CAMINHO…


Na vida há que encontrar exemplos de pessoas que são, para nós, pontos de referência – dizia um colega a propósito de uma notícia que tinha passado nos meios de comunicação social e que se traduz no reflexo de uma sociedade que anda desorientada.

Precisamos de pontos de referência, voltar a reler os valores, apreende-los, consolidá-los e abolir da sociedade a presença do chamado “Homem light” que se caracteriza por um sujeito sem conteúdo e essência, revestido de uma paisagem interior vazia, sem valores nem pontos de referência e que se entrega ao prazer ilimitado sem restrições. O «Homem light» (*) dá título a um livro brilhante de um escritor atento, médico e humanista, que de modo tão profundo e amável nos revela: precisamos de pontos de referência para não navegar sem bússola e ficar à deriva sem saber a que ater-nos…

 “Do Homem mais exemplar ao mais degradado vai uma enorme distância, porém os dois pertencem à espécie humana”, escreve Enrique Rojas.

Se cada um de nós é capaz do melhor porquê optar pelo pior? É tempo de nos pormos a jeito e retificar o rumo. Ir ao encontro da verdade e do amor autêntico.  Libertar-nos do vazio interior e preencher a nossa alma de vida com conteúdo. Acredito que a espiritualidade e a transcendência ajudam a humanizar-nos. O Cristianismo propõe-nos a pessoa de Jesus Cristo como um ponto de referência capaz de iluminar e dar sentido à vida humana. Acredito que o Cristianismo não é a única maneira de se ser feliz, mas é um caminho.  
E quando soubermos reconhecer um amor que se desvela, que se vai manifestando por palavras, gestos, silêncios, que revelam o significado autêntico da relação em que se tem fé, compreenderemos a importância da necessidade de termos pontos de referência na nossa vida.

Paula Guerreiro

(*) O Homem Light - Uma vida sem valores”, Gráfica de Coimbra


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