Caríssimas e caríssimos,
Na
partilha da mesa, treze pessoas reafirmam a sua fé na Esperança humana, não se
deixando derrubar pelo sofrimento humano… (ver ANEXO).
Esta é
experiência que, na alegria fraterna, experimentamos com os outros cristãos.
Com estima fraterna,
grão de mostarda
Em nome da Esperança…
Treze amigos – mulheres, homens e adolescentes – reúnem-se,
fraternalmente, para celebrarem a vida num “concurso de culinária”. Nada de especial:
sem data fixa, nas respetivas casas, provam o pitéu preparado e sempre
afirmando na declaração de voto que aquele foi o “melhor prato” de todos os
anteriores… E, no final, dão continuidade ao “concurso”, combinando a casa onde
farão nova prova culinária.
Durante o repasto, a conversa decorre naturalmente à volta da
qualidade do prato apresentado aos comensais… Exaltam-se os dotes da cozinheira
ou do cozinheiro; recordam-se outras maneiras de confecionar o mesmo prato,
trazendo à lembrança, de modo elogioso naturalmente, a cozinha de pais ou avós,
onde pontificavam, aí sim, os “produtos naturais”. Ou seja, nada mais do que
habitualmente acontece entre pessoas que gostam de viver…
O que une estas trezes pessoas?
A amizade, naturalmente… Uma amizade nascida fundada também numa fé comum, no
facto de todos serem seguidores do projeto de Jesus. Cada um a seu modo, ao seu
jeito, mas sabendo que o seu empenhamento de vida é o de uma Humanidade mais
humana. E, por isso, mesmo é que se recordam também, durante aquela “partilha
do pão”, os compromissos, as “tarefas” de ser cristão – nas respetivas
comunidades; na prisão onde alguns se deslocam cada sábado; na Escola onde as
aulas têm outro “sabor”, porque não são dadas somente por dever profissional;
na instituição de solidariedade social onde se cruzam dificuldades e alegrias
de invisuais que não desistiram na sua “noite”; no Centro de Saúde onde, como
voluntários, estão atentos às dores de tantas “doenças”; ou ainda na terra onde
decidiram viver enquanto “vizinhos entre vizinhos”…
No final do dia despedem-se, depois de também darem “vivas” às
sobremesas surpresa que uns preparam, de elogiarem o bom vinho que alguém
trouxe da sua terra de origem ou o queijo daquela empresa familiar onde
habitualmente se vai…
À noite, retomando a leitura do livro “Lo que yo creo” (Editorial
Trota, Espanha), escrito em jeito de testamento humano e espiritual do teólogo
Hans Küng, os olhos caem na página que tem escrito o seguinte: “Ninguém tem
necessidade de buscar o sofrimento,
como faziam os antigos ascetas, nem de mortificar-se. Muitos necessitam já de
uma boa dose de força para carregar com a normal cruz do dia-a-dia (…). Deveríamos combater o sofrimento sempre que estivermos em condições de o fazer
(…). Pois na fé é-me concedida a esperança: a esperança de que o sofrimento não
é, apesar tudo, o definitivo, o último”.
E o testemunho de vida do teólogo faz ressoar o convívio da mesa, onde
corações também haviam partilhado esta ESPERANÇA na vida,
na felicidade humana…
grão de mostarda
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