Caríssimas e
caríssimos,
Acreditar na bondade do coração humano… foi o “acto de fé”
que a Florinda realizou no seu coração, como Constantino Alves nos relata e que
transparece na oração-poema do caboclo, por ele citado, da autoria de Fátima
Irene Pinto (ver ANEXO).
Com estima fraterna,
grão de mostarda
Esta reflexão ESCUTAR A VIDA… deveria ter sido
enviada no final da semana passada. Pedimos desculpa.
A gente rezou
para que Deus enviasse o seu Espírito…
A alegria estampava-se no rosto da Florinda:
“A gente rezou a Deus para que enviasse o seu Espírito antes de começarmos o
trabalho… e veja, padre, o resultado!”. No passado dia 17, num hipermercado
(com o seu consentimento), membros do grupo Caritas entregaram sacos de
plástico, apelando a quem ia fazer compras para que oferecesse alguns géneros
alimentícios para os pobres e carenciados da paróquia. Existia algum receio e
expectativa. A Florinda tinha dito às companheiras: “Vamos invocar o Espírito Santo
para que toque o coração das pessoas. Como na pesca milagrosa o resultado foi
surpreendente! Quando ela sorria de satisfação a memória trouxe-me a bela
“oração do caboclo”, que me faz lembrar a multidão de pobres e carenciados que
me procuram expondo as suas dores e necessidades…
Constantino Alves, Padre de Setúbal, na paróquia católica de Nossa Senhora da
Conceição
ORAÇÃO DO CABOCLO
Ói, Deus!
Nóis tá sempre
pedindo as coisas pro Sinhô.
Nóis pede dinhero,
Nóis pede trabaio
Nóis pede pra
chovê
E se chove demais
Nóis pede pra pará
Mode a coiêta num
afetá.
Nóis pede amô,
Nóis pede pra casá
Pede casa pra morá
Nóis pede saúde
Nóis pede proteção
Nóis pede paiz,
Nóis pede pra
dislindá os nó
Quando as coisa
cumprica
Mode a vida corrê
mió.
Quano a coisa
aperta nóis reza
Pedindo tudo que
farta
É uma pedição sem
fim
E quano as coisa
dá certo,
Nóis vai na igreja
mais perto
E no pé de argum
santo
Que seja de
devoção
Nóis deixa sempre
uns merréis
E lá no cofre da
frente
Nóis coloca mais
uns tostão.
Mais hoje Meu Sinhô
Bateu uma coisa
isquisita
E eu me puis a
matutá
Nóis pede, pede e
pede
Mais nóis nunca
pregunta
Comé que o Sinhô
tá
Se tá triste ou tá
contente
Se percisa darguma
coisa
Que a gente possa
ajudá
E por esse
esquecimentp
O sinhô tem que
nos adiscurpá.
Ói Deus, nóis
sempre pensa
Que o Sinhô num
percisa de nada
Mas tarvez num
seja assim
Tarvez o Sinhô
percisa de mim
Sim, o Sinhô
percisa, sim
Percisa da minha
bondade
Percisa da minha
alegria
Percisa da minha
caridade
No trato c’os meus
irmão.
Nóis semo seu espêio
Nóis semo a Sua
Criação
Nóis num pode fazê
feio
Nem ficá fazendo
rodeio
Nem desapontá o
Sinhô
Nem amargá o seu
sonho
Que foi um sonho
de amô
Quando essa terra
todinha criô.
Ói Deus, eu prometo
Vo rezá de ôtro
jeito
Vo pará com a
pedição
E trocá milagre
por tostão
Tarvez eu inté
peça uma graça
Mas antes vo vê
direitinho
O que é que andei
fazendo de bão.
E se nada de bão
eu encontrá
Muito vo me
envergonhá
E ainda vo pedi
perdão.
Fátima Irene
Pinto
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