Caríssimas e caríssimos,
O fio condutor das
nossas opções libertadoras exige-nos a consciência da razão dos acontecimentos
e das situações… Assunção Bessa e José Rodrigues colocam nas nossas mãos (e nos
nossos corações) um desafio: buscar o sentido da Vida, torna necessário escutar
TUDO o que a envolve, TUDO o que lhe dá sentido… (VER ANEXO).
A sua reflexão sobre
ABRIL leva-nos a descobrir Faustino Vilabrille, um “cidadão do mundo” das
Asturias (Espanha) empenhado em gestos de humanizadores da consciência coletiva
da Humanidade.
Fraternalmente,
grão
de mostarda
NESTES TEMPOS
QUE SÃO DE ABRIL
Em abril passado celebrámos os quarenta anos
do 25 de Abril de 1974. Individualidades dos mais diversos quadrantes
políticos, sociais e mesmo religiosos apareceram, nos diversos órgãos de
comunicação social, a recordar os seus contributos para que, definitivamente,
chegasse ao fim aquela “noite escura” que a todos envolveu e oprimiu.
Num desses programas televisivos, alguém com
responsabilidades na Igreja Católica narrou, com enorme entusiasmo, a sua
participação ativa em muitas das manifestações do pós-25 de Abril: foi em Rio
Maior (a das ”mocas”, recordou-se), em Braga e em muitas outras…
E interrogámo-nos: porque não terá sido
convidado um dos inúmeros cristãos (leigos ou religiosos) que, no decorrer dos
longos anos da ditadura, juntamente com muitos outros e das mais diversas
formas, arriscaram a sua liberdade e mesmo as suas vidas, para colocar mais uma
“pedrinha” naquela engrenagem, provocando assim o fim daqueles que foram tempos
de terror?
Desta primeira interrogação nasceu uma
segunda: porque é que nestas situações, muitos daqueles que na Igreja Católica
têm mais responsabilidades são sempre apanhados em contra-pé, apesar de serem,
em princípio e na sua maioria, pessoas razoavelmente inteligentes e cultas?
Passados uns dias lemos uma belíssima reflexão
de Faustino Vilabrille, que muito nos ajudou, e na qual ele defende que se
alguém pensar/desejar entrar nesta dinâmica da luta pela libertação dos oprimidos
deste mundo, terá de desenvolver uma tríplice consciência para que os seus atos
sejam efetivamente libertadores: Consciência Histórica, Consciência Crítica e
Consciência Política.
Assunção Bessa
e José Rodrigues
ABAIXO, partilhamos convosco um pequenino
resumo desta reflexão
SÓ É LIBERTADOR AQUELE QUE LIBERTA A
PARTIR DA REALIDADE CONCRETA
Consciência
histórica: Não basta constatar a realidade e ser solidário com o sofrimento
das maiores vítimas da sociedade, é necessário procurar perceber as causas
reais que conduziram a esta lamentável situação. O problema é que não temos
Consciência Histórica do como chegámos a esta situação, quais foram e são as
causas que a geraram. Aos poderosos não lhes interessa que o povo conheça o
porquê das suas dificuldades. Descobrir este processo e analisá-lo criticamente
é imprescindível para compreender o cenário em que nos movemos atualmente:
donde vimos, porque estamos assim e onde nos conduz esta situação. A história
que nos ensinaram não foi a história do povo e do seu futuro, mas a história do
poder, do triunfo dos poderosos, da grandeza dos grandes e não da miséria dos
débeis.
Estudar a evolução real do povo, é
essencial para conhecer o porquê da sua situação atual. É aquilo a que se chama
adquirir Consciência Histórica, que não termina só em saber donde vimos, mas de
descobrir também as causas pelas quais estamos agora assim, e onde nos vai
conduzir este processo.
Consciência
Crítica:
Este processo leva-nos a tomar Consciência Crítica da situação atual, a efetuar
um diagnóstico crítico do momento em que nos encontramos, a descobrir as causas
e os causadores da situação que vivemos em cada momento histórico e concreto
das nossas vidas. A Consciência Crítica provoca automaticamente uma mudança de
atitude em todos aqueles que alcançam este nível de consciência e os coloca
numa atitude de movimento e compromisso.
Os altos poderes económicos, políticos e religiosos
rejeitam, não querem, que o povo tenha Consciência Crítica, porque um povo
criticamente maduro não é manobrável, nem manipulável. Sabe para onde vai, sabe
o que quer, e exige-o.
Consciência
Política:
Isto conduz-nos diretamente à Consciência Política, a assumir compromissos
libertadores, que libertem, na realidade concreta, as pessoas vítimas da
opressão, da injustiça, da manipulação alienante. A Consciência Política é
consciência Universal, porque descobre que só a partir do compromisso de todos
com todos é possível exercer a força social necessária para subverter um
sistema liberal de economia de mercado que conduz todos e cada um a um ponto
sem retorno.
Diante do neoliberalismo dominante do nosso tempo, é
impossível ser coerente com a mensagem do Evangelho de Jesus de Nazaré sem nos
movimentarmos nestes três níveis de Consciência Histórica, Crítica e Política.
Em contraposição com estas três dimensões de consciência, estão as consciências
Mágica, Mítica e Ingénua, tanto do agradado do poder
económico-político-religioso.
Resumo de
reflexão de Faustino Vilabrille.
VER:
http://blogs.periodistadigital.com/faustino-vilabrille.php/2014/05/01
Sem comentários:
Enviar um comentário