A partir deste instante…
A
partir deste instante,
cada
ser humano
confiará
nos outros seres humanos,
como
a palmeira confia no vento…
A
partir deste instante,
os
nossos corações só pronunciarão a verdade
e
não invocaremos a justiça
para
dar à luz a maldade…
A
partir deste instante,
só
um jejum será consentido:
abrir
as prisões dos injustiçados,
libertar
os oprimidos
e
hospedar os deserdados…
A
partir deste instante,
o
pão da nossa mesa será partilhado com olhar limpo
e
saciará todas as indigências…
A
partir deste instante,
a
palavra liberdade será suprimida dos dicionários,
porque
nenhum povo se levantará contra outro…
E
as espadas serão transformadas em arados.
A partir
deste instante,
tudo
será permitido: cada ser humano
poderá
andar com uma flor na mão;
o
lobo e o cordeiro pastarão juntos
e
as crianças brincarão, sem receio,
no
esconderijo da serpente…
A
partir deste instante,
o
dinheiro não poderá comprar o sol de cada manhã
nem
servirá para encobrir as teias criminosas…
A
partir deste instante,
haverá
girassóis em todas as janelas;
e
nas janelas devem permanecer,
suscitando
esperança em cada coração…
grão
de mostarda
25 Abril 2015
(Adaptado do
poema “Os Estatutos do Homem”, de
Thiago de Mello e do livro do profeta Isaías)
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