Os doutores da Lei que tinham vindo de Jerusalém para ver a acção de Jesus diziam: “Tem dentro si o chefe dos demónios, Belzebu, e é por ele que os expulsa”. Jesus, porém, convidou-os a aproximarem-se e disse-lhes: “Como pode o demónio expulsar o demónio? Um reino que esteja dividido entre si não subsistirá. Ninguém pode entrar na casa de um homem forte e levar os bens, se não o amarra antes…” (ver Marcos 3, 22-30).
“”(…) definitivamente, o que os letrados colocam em questão é se Jesus trazia salvação ou, pelo contrário, tinha um demónio dentro (…). É o mais grave que se podia dizer dele. O que mais o desprestigiava. E o que mais o podia humilhar.
Além do mais, nas leis do judaísmo estabelecia-se que quem realizasse actividades satânicas ou demoníacas merecia a pena de morte (…). Sem dúvida, uma das coisas que mais impressionam nos evangelhos é a resistência psicológica e espiritual de Jesus para suportar as piores acusações e as mais injustificadas denuncias.
(…) De um modo provocatório (próprio das parábolas), Jesus compara aqui as suas próprias acções com as de um personagem de tipo transgressor, neste caso, um ladrão que se mete na casa de um homem a quem amarra e lhe rouba os bens (…) A força de Jesus estava na sua profunda humanidade sem contradições, em plena transparência…”
AO ENTARDECER… espaço de busca no final do dia, a partir de pequenos comentários do teólogo espanhol José María Castillo – http://blogs.periodistadigital.com/teologia-sin-censura.php –, sobre as propostas de Jesus. Extractos retirados do seu livro “La religión de Jesús – Comentarios al evangelio diario”, editado pela Desclée De Brouwer (Bilbao), 2011.
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