segunda-feira, 2 de abril de 2012

AO ENTARDECER


Jesus estava em casa de Lázaro, a quem ele havia ressuscitado... Durante a refeição, enquanto uma das irmãs de Lázaro, Marta, servia à mesa, a outra, Maria, pegou num frasco de nardo, autêntico e caro, e derramou sobre os pés de Jesus, que limpava com os seus cabelos. Judas disse: “Por que não se vendeu este perfume para se entregar o dinheiro aos pobres?”. Mas Jesus respondeu: “...pobre sempre os tereis entre vós, mas a mim nem sempre me tereis”. E enquanto se juntava uma multidão para ver Jesus e Lázaro, os sumos-sacerdotes decidiram também matar Lázaro, porque muitos, por sua causa, acreditavam em Jesus.

“Esta cena é o símbolo do triunfo da vida sobre a morte. Em Lázaro, a vida foi mais forte que a morte. Assim como ia ser mais forte no próprio Jesus. E essa força de vida expressa-se no Evangelho mediante símbolos de vida: a mesa partilhada, a amizade tornada serviço de Marta, o perfume caro de Maria, a unção dos pés, a fragância que inunda toda a casa (...). Também é vida a amizade, a gratuidade, a estética (...).
A vida, assim entendida, não se reduz à solução da ‘questão social’. Isso é o que pensava Judas (...).
O contraste com Jesus não é Judas, mas sim os sumos-sacerdotes. Jesus é vida. Os sumos-sacerdotes são morte. O relato destaca este contraste ao assinalar que aqueles notáveis clérigos não se contentaram com a condenação de Jesus, mas decidiram também matar Lázaro (...) ”.


Ilustração: Mosaico do Centro Aletti - Vaticano

AO ENTARDECER… espaço de busca no final do dia, a partir de pequenos comentários do teólogo espanhol José María Castillo – http://blogs.periodistadigital.com/teologia-sin-censura.php –, sobre as propostas de Jesus. Extractos retirados do seu livro “La religión de Jesús – Comentarios al evangelio diario”, editado pela Desclée De Brouwer (Bilbao), 2011.

Sem comentários:

Enviar um comentário