Jesus entrou numa casa com a intenção de passar despercebido. Mas não conseguiu: uma mulher estrangeira, natural da Fenícia, correu para ele, pedindo-lhe que expulsasse um demónio da sua filha. Jesus, porém, respondeu-lhe: “Deixa que, primeiro, se saciem os filhos. Pois não fica bem tirar o pão dos filhos e dá-lo aos cachorros”. A mulher, que não era judia, retorquiu: “Senhor, mas os cachorrinhos também comem das migalhas das crianças que caem debaixo da mesa”. Então Jesus disse-lhe: “Por causa do que disseste o demónio saiu da tua filha”. A mulher, ao voltar a casa, viu a filha sentada na cama... (ver Marcos 7, 24-30)
“ O final deste curto relato deixa claro que Jesus é fonte de saúde e de vida para qualquer pessoa (...).
Contudo, este evangelho mostra as dificuldades provocadas pelas religiões por causa das divisões e preferências que estabelecem. No judaísmo existia a convicção de que os judeus eram os preferidos de Deus (...).
Jesus, educado na cultura e na religião do seu povo, partilhava seguramente destas ideias. Mas, pelo que demonstra o relato de Marcos, a sua humanidade, a sua bondade, estavam acima das convicções religiosas. Para jesus, os seres humanos estão antes das ideias e sentimentos vulgarizados pela religião. No nosso tempo, em que a sociedade é mais plural, necessitamos de fazer o que fez Jesus: superar toda a ideia de privilégio e rejeitar tudo o que seja xenofobia (...) ”.
AO ENTARDECER… espaço de busca no final do dia, a partir de pequenos comentários do teólogo espanhol José María Castillo – http://blogs.periodistadigital.com/teologia-sin-censura.php –, sobre as propostas de Jesus. Extractos retirados do seu livro “La religión de Jesús – Comentarios al evangelio diario”, editado pela Desclée De Brouwer (Bilbao), 2011.
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